A Gol Linhas Aéreas (GOLL4) enfrenta um processo de recuperação judicial na justiça norte-americana, processo conhecido por Chapter 11, semelhante ao que ocorre no Brasil. Mas o cenário de caos, com as ações da empresa caindo drasticamente (-15,91%), fez com que muitos se perguntassem sobre o futuro das passagens aéreas compradas e da Gol.
A empresa, em setembro de 2023, possuía uma dívida bruta de R$ 20,2 bilhões. No pedido protocolado pela companhia no Tribunal de Falências dos Estados Unidos (EUA) para o Distrito Sul de Nova York, os maiores credores da empresa são:
O Chapter 11 é um processo seguido por muitas empresas aéreas, como Latam, United Airlines e Delta. Em nota, a Gol afirmou que o financiamento de US$ 950 milhões na modalidade “debtor in possession” (DIP) “está sujeito à aprovação judicial e, juntamente com o caixa gerado pelas operações em curso, fornecerá liquidez substancial para apoiar as operações, que seguem normalmente, durante o processo de reestruturação financeira”.
Assim como a recuperação judicial brasileira, a atitude pretende remanejar as obrigações no curto prazo para tornar sustentáveis as operações nos próximos anos. Dessa forma, a empresa evitaria um cenário de falência, ao continuar operando mesmo enquanto lida com suas dívidas.
Entre as causas das dívidas enfrentadas pela empresa aérea, estão:
A escolha de enfrentar o processo nos Estados Unidos foi feita por conta da natureza das dívidas da companhia, emitidas principalmente nos EUA.
Para aqueles que compraram passagens da empresa, o especialista em Direito Empresarial e sócio do Godke Advogados, Fernando Canutto, afirma que, “quanto a um cancelamento de voo, não posso dizer que é impossível, mas é altamente improvável que haja impacto imediato. A maioria das companhias aéreas continua a honrar as reservas durante o processo de reestruturação”.
Giulia Panhóca, advogada associada do escritório Ambiel Advogados e especialista em Direito Empresarial, explica que os efeitos não serão sentidos de forma imediata pelos consumidores, isso porque a recuperação judicial é feita para que a empresa continue a operar normalmente.
A Gol afirmou que, “com o suporte do processo supervisionado pelo Tribunal e com a liquidez adicional do financiamento DIP, os voos de passageiros da GOL, os voos de carga da GOLLOG, o programa de fidelidade Smiles e outras operações da Companhia continuam normalmente”.
[ Fonte: www.moneytimes.com.br ]